quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Achocolatado, Monica Milena

Então, estavam todos preparados para a manha de natal. Alma sentou-se perto do rádio e ficou escutando algumas músicas que tocavam. Enquanto sua mãe preparava o achocolatado com biscoitos para a ceia de natal.
Era uma família simples.
Alma escrevera sua carta ao papai noel, pedira uma boneca. Apesar de pobres, sua mãe comprara uma pequena boneca para colocar perto de sua cama na manha de natal, como se fosse o velho noel.
A avó de Alma já havia falecido. A mãe de alma, chamava-se Amélia, era mãe solteira, lavava roupas para ganhar o sustento. O pai de Alma a engravidara, era um coronel. Quando ficara gestante, tinha exatos vinte e nove anos, e a família com medo da fofoca alheia, mandou que fosse para o interior antes que notassem a barriga. Foram tempos difíceis, não havia muitas coisas para o bebê  que nasceu em casa.
Voltou para Manaus, o bebê nos braços e família disse aos vizinhos que haviam doado o recém nascido à Amélia para que criassem.
Alma foi então criada como sua irmã para os vizinhos e estranhos. Até acreditara que sua mãe fosse sua mesmo irmã até certa idade.
Crescera. E as manhas de natal foram assim, com achocolato e biscoitos e o presentinho humilde do papai noel. Até descobrir que não existia papai noel, e sim uma mãe que buscava agradar a filha com um pequeno mimo perto de sua cama.
Alma, já com oitenta anos, recorda-se desta manha de natal, em que havia pouco, com união e paz, uma paz serena e doce.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...